Consistência, 2ª parte

Eu ainda não vos contei?
Isto está para breve, é uma questão de dias.

Até lá porque não arranjamos qualquer coisa para fazer, pequenada?
Humm?
Pois é, não arranjamos porque todos temos vidas.

Eu sei que vocês sabiam.

Jornalismo para tótós, 2ª parte

- Bom dia D. Maria, tudo bem?
- Olhe nem por isso, o meu filho faleceu.
- Faleceu? Os meus sentimentos, imagino a sua dor...
- Olhe, está a ver a dor que a TVI sente por não ter imagens de pessoas a serem levadas pelas cheias e derrocadas na Madeira - enquanto gritam a pedir ajuda, em total desespero - para poderem passar 24 horas por dia?
- Erhm... sim, estou a ver.
- Pronto, doi um pouquinho menos.

Jornalismo para tótós

O Haiti era uma tragédia até sabado passado.
No sabado ocorreu uma tragédia na Madeira.
Em termos de tragédias, as coisas funcionam como com os automóveis, "novo é novo".
E então os habitantes do Haiti, rendidos, pegaram nas coisinhas e foram para casa.

Os que tinham casa, claro. Os outros foram, apenas.

Consistência, 1ª parte

Qual a semelhança entre uma gelatina, um pudim flan e uma mousse de chocolate?

Bom, os três têm tanta consistência quanto eu. No fundo, no fundo, têm.

Muito obrigado, vocês são um público fantástico... mas as fotografias deram-me fome.

Mais um

A JU inaugurou o Projecto 112
Finalmente o meu espaço para os R4.

Carnaval 2010

Eu já critiquei tanto os carnavais passados que chegar aqui e criticar o deste ano está longe de ser uma coisa nova.

A minha postura este ano - em concordância com o facto de ter mais uns aninhos em cima - é algo mais discreta.

Sim, é certo dizer que o nosso carnaval é uma coisa esquisita, que "cachaça não é água, cachaça não é água não" - já o ano passado não o era, o que é prova de consistência - que biquinis e fatinhos curtinhos nesta época do ano não são muito apropriados porque ao contrário do Brasil não somos um país de clima tropical, etc...

Este ano não vou dizer nada disso.

Este ano a informação a reter é que cada um viveu a época como bem entendeu.

O frio polar e a chuva trataram do resto!

Portugueses mascarados de habitantes que festejam o carnaval num país que atravessa um inverno rigoroso

Ahah!

Extended Dacia add

Vê o carro.
Gosta do carro.
Sonha com o carro. Trabalha para o comprar.
Compra o carro.
Anda com o carro.
Tem relações sexuais no carro.
Continua a andar com o carro.
Faz manutenção ao carro.
Roubam-lhe o carro.
A GNR encontra-lhe o carro.
A GNR rouba-lhe o carro.
Consegue recuperar o carro.
Manda repintar o carro.
Riscam-lhe o carro.
Os pombos cagam-lhe o carro.
Lava o carro.
Os pombos cagam e roubam-lhe o carro.
Percebe que a sua vida era mais facil se vendesse o carro.
E que só escreve frases terminadas em carro.
Carro, carro, carro, carro.
Carro.

Não têm de quê.
Quero os meus 15%.

Assim, pelo menos, parcialmente faz sentido

Ia começar o texto com um "estava aqui a pensar" mas não o fiz, porque na verdade eu nem sequer estava aqui.

Um dia, há muitos muitos anos, ouvi a expressão "vive cada dia como se fosse o ultimo", se não me engano num anúncio de um whisky.
Só apenas alguns anos mais tarde conheci a expressão "Carpe diem", de Horácio, em cuja obra se lê "carpe diem, quam minimum credula postero" (1º Livro de Odes).

Aproveita o dia, vive o momento, confia o mínimo no amanhã ou, em sentido lato, vive a vida ao máximo.

Lindo, acho simplesmente genial. Mas a partir daqui pego na minha malinha e vou-me embora, porque nada mais tenho a fazer aqui, não é o meu estilo de vida.
Nem meu nem de ninguém.
Parece ser brutal e inspirador, mas é também totalmente impraticável e utópico, ponto final.

"Gostava muito de viver a vida ao máximo e tal, mas infelizmente o ser humano ainda não sobrevive muitos dias só a comer terra e a beber água inquinada.
Vocês são muito fofinhos e isso, um abraço e qualquer coisa.

André Santos"

Acabou. E nem me venham dizer o contrário!

"- Olha, soubeste de fulano tal? Parece que está a viver cada dia como se fosse o último!
- Ah sim? Bem, espectacular!"

Carpe diem o crl! Deixa de ter a mania que és especial, amanhã vais acordar... e vais fazer rigorosamente o mesmo que fizeste hoje.
Se queres viver segundo a filosofia pegas numa garrafinha de água e partes amanhã para a Birmânia para ver os papagaios de cauda azul, mesmo sem fazer a minima ideia se existe disso por lá ou não. Olha, aproveitas a paísagem!

Pá...sejam consistentes!
Querem ter estilo? Continuem a coçar o cu, mas como se não houvesse amanhã.
Assim, pelo menos, parcialmente faz sentido.