10...15 segundos
No outro dia lembrei-me de algo que me fascinou e fez nascer um sorriso de orelha a orelha: a minha infância, algo de que sempre me lembrei e ao mesmo tempo parecia tão esquecida.
Pequena maravilha... os meus Renault 5 de plástico, aprender a apertar os atacadores dos sapatos, o meu triciclo que tantas vezes usei - qual Fangio - para percorrer as curvas desta casa...o meu pequeno mundo.
Orgulho-me de nunca ter pertencido á "geração computador".
Penso que seria um pouco mais triste se ao invés dos Renault 5 de plástico (comprados por uns quantos escudos perto da Praça do Chile, aos Sabados de manhã) estivesse estado ocupado com o "MS-Dos" de algum Celeron marreco.
Ou se ao invés das "papas de terra e Cif" tivesse andado entretido com algum video jogo. Vocês percebem.
Ser criança é assim, e as crianças gostam de derrapar a traseira dos seus triciclos 180graus com a esquina do móvel da televisão...ou de esconder comida debaixo da mesa.
Ah...saudade.
E com pena vejo que era inconcebivel nos dias de hoje.
Mais de década e meia depois percorro a mesma casa, as mesmas esquinas...para me sentar a um computador.
Até nem é mau, o Marques Mendes precisa de pedir ajuda para fazer precisamente o mesmo...mas vá, a cadeira ainda é altinha.
Os anos que passaram perderam-se algures nas imperfeições do soalho, por onde gatinhei tantas vezes, e tenho por fim praticamente 22 anos.
Hoje uso muito computador. Talvez demasiado.
Por isso não vou dizer clichés, que vou desaparecer, não vou fechar o blog nem acabar com as minhas precisas e frequentes analises sobre o estado do país e do mundo...
...digamos que apenas vou ali e já volto.
Mas hey, são 10...15 segundos.