Utentes reclamam falta de emoção
A ideia era superar a emoção criada pelo grupo Jerónimo Martins no 1º dia de Maio, mas tal não terá acontecido.
Pelo menos foi essa a opinião de quem se encontrava na Estação de Caxias hoje, pelas 14H, e teve oportunidade de ver e participar naquela que foi a primeira Flash Mob organizada pela CP - Comboios de Portugal, com vista a divulgar e incentivar o uso dos transportes públicos.
A iniciativa, que pretendia ser um evento verdadeiramente espectacular - como na verdade o são, todas as grandes colisões entre material ferroviário, com origem em falha humana ou técnica - durou pouco mais de 3 horas e provocou apenas 33 feridos ligeiros.
"Nem os prejuízos materiais foram elevados", desabafou Alímpio Silva, director da operação, que esperava francamente mais chapa retorcida. "Estavam 8 viaturas de desencarceramento na Gibalta prontas para entrar em acção, com os macacos pneumáticos e as tesouras, e afinal os comboios conseguiram sair daqui pelos próprios meios, eu não percebo".
Indignados estavam também alguns dos utentes que viajavam na composição que se encontrava parada na estação e que foi abalroada. Para Carlos Matoso, residente em Ourém mas amante de uma senhora casada a viver actualmente em Carcavelos com dois dos seus quatro filhos e três caniches, a situação é insustentável. "Anda o Estado a desinvestir nisto tudo, anda o material todo preso por arames, para me chegar aqui este maricas e nem conseguir bater nisto como deve ser. Mais valia estarem quietos!".
"É gritante a falta de vontade em fazer melhor. Como vê, ainda tenho as duas pernas, ou dois braços. Se contar, ainda tenho 20 dedos. Não estou queimada, não estou desfigurada, não fiquei desmembrada nem tão pouco arrasada psicologicamente. Podia ter sido mais emocionante, estavam reunidas todas as condições para o ser, mas falharam. Podiam ter feito muito melhor", rematou Joana Silva, revoltada com a baixa velocidade a que ocorreu a colisão.
A CP informou estar já a tratar do assunto, com vista a melhorar futuras iniciativas.
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