quinta-feira, novembro 15, 2012

Soflusa trama gorda

Dois dias após visita oficial, Pedro Passos Coelho fez o balanço da vinda da chanceler alemã a Portugal.
"Não correu assim tão bem", confessou o Primeiro Ministro, "devido a um problema de agenda".


Embora aparentemente - e aos olhos dos média - a visita relâmpago de Angela Merkel tenha corrido na perfeição, a verdade é que nem todos os objectivos estabelecidos pela chanceler para a passada 2ª feira terão sido cumpridos, o que a terá deixado "um pouco irritada".
Na base do "problema de agenda" terá estado o plenário de trabalhadores da Soflusa, que obrigou ao corte das ligações fluviais entre o Barreiro e Lisboa.

"Um dos pontos mais importantes da agenda, se não mesmo o mais importante, era precisamente o da visita ao Barreiro - via barco - e foi muito triste tudo o que se passou", confessou o Ministro. "Desde logo, no nosso primeiro encontro em 2011, que ela fez questão de me dizer que, mais que uma viagem de barco, era um sonho de criança. Foi lamentável e embaraçoso".

Barreiro: Visita de Mekel "era uma oportunidade de enorme importância", PPC

Coincidência: Soflusa garante não ter tido conhecimento do plano oficial

Em comunicado enviado esta tarde, a transportadora afirma que o plenário realizado estaria já convocado desde dia 9 de Novembro e que o mesmo não teve como objectivo boicotar qualquer plano de Estado, "completamente desconhecido da administração", mas sim apresentar as propostas que resultaram de reuniões entre a administração e os sindicatos.

Soflusa: Ligação entre Lisboa e Barreiro esteve interrompida entre as 13:25H e as 16:20H

Trabalhadores sabiam

Enquanto a versão oficial da empresa é a do desconhecimento total, alguns trabalhadores confessam ter tido conhecimento e que "plenário" terá sido uma das formas encontradas de retirar os barcos do Tejo.
"Quisemos retirá-los à mão, mas ainda eram pesados. Usámos então o plenário", explicou Américo Fernandes, comandante dos catamarãs da empresa desde 1998.
"Queria ir ao Barreiro de barco? Não vai! Não vai... e tanto não vai que não foi. É assim. Connosco é assim. E com o meu tio seria ainda pior, mas ele já não está cá... Faça-me um favor e não fale mais nele, sim?"

Acerca do plenário, Américo é peremptório mesmo sem o saber: "Foi importante, claro que sim. Eu tinha vergonha de com 43 anos não saber jogar devidamente à Sueca, mas felizmente a administração da empresa  permitiu-nos corrigir esse problema sem recorrer a outras medidas que seriam brutais, tanto para os trabalhadores como para todo o sector em geral". 

A Soflusa tramou a gorda.


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