Do pensar em ti
- Espera... e é até possível que o mundo venha a acabar, talvez não, talvez se abra apenas uma brecha sobre os meus pés, talvez não. Estava a guardar este momento quase como uma jogada, provavelmente a última, para o momento certo, para quando o jogo me estivesse de feição mas percebi, ou tenho vindo a perceber, que nem eu sei qual é o momento certo nem tão pouco isto me parece um jogo, quanto mais um que se possa vir a virar para onde quer que seja. Pensei em ti e nos teus olhos cinzentos durante todo o dia e, sendo que baseamos tudo no raio de um tempo que passa, sempre, e sobre o qual nada se faz com um grau de certeza suficientemente forte para que consiga deixar-te ir hoje porque te vou ver amanhã, simplesmente deixei de perceber como consigo voltar para casa sem te dizer o quanto gosto de ti e o quanto te quero...
- Bom, olhe, eu vinha só fazer-lhe a leitura do contador do gás mas pronto...chamo-me Armando, prazer em conhecê-lo.
- ...
- Por acaso a malta costuma dizer que os meus olhos são mais para o castanho.
- Armando... fazia-me um favorzinho e levava-me este saco do lixo para baixo? Muito obrigado.
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