segunda-feira, dezembro 26, 2011

Tempo estraga Natal a incendiário da Elias Garcia

Edifício devoluto, que ameaçava derrocada e que se esperava já ter ruído há muito, acabou esta madrugada consumido por chamas.

Depois de anos à espera que o tempo fizesse a sua parte, o fim do edifício nºs 73-75 da Avenida Elias Garcia chegou na madrugada de dia 25, não pela mão da gravidade, mas sim por fogo posto.

O incêndio, que terá deflagrado por volta das 04:30, obrigou à evacuação de 64 pessoas mas, mais grave, acredita-se ter obrigado incendiário a sair de casa na noite de natal, impedindo-o de o passar com a família

Chamas e mais chamas, foi esta a solução para um problema que se arrastava há demasiado tempo.
Depois de duas tentativas de fogo posto fracassadas, durante 2011, os fogos foram desta vez ateados em todos os pisos, táctica que se mostrou mais eficaz. Após a derrocada das traseiras, espera-se agora que fachada venha também abaixo para operação ser completamente bem sucedida.

Das 64 pessoas evacuadas, 44 moradores terão de encontrar um local alternativo para passar a noite e só poderão regressar a casa depois de serem dadas garantias de segurança dos dois edifícios vizinhos.



Revolta geral

Enquanto alguns moradores estão revoltados com facto de as autoridades nada terem feito para prevenir uma situação que já estava sinalizada desde o ano passado, outros estão apenas desiludidos com o tempo.
“Aos meses que isto já devia ter caído e teve o homem de vir pegar fogo a isto na noite de Natal, se não nunca mais! Às tantas até teve de comer o bolo-rei à pressa! Nem o mau tempo, nem as chuvadas, já nada faz o que devia fazer... a continuar assim não sei onde vamos parar” desabafava uma moradora da zona.

Também alguns sem-abrigo presentes no local manifestaram a sua indignação.
Para Jorge Tristão, “a situação já ultrapassou o limite do ridículo. Então as pessoas querem deitar abaixo e os culpados somos nós? Que não façam obras e que prefiram deixar cair compreendo, sempre é mais barato que uma demolição e até podem argumentar que não sabiam e tal, mas que peguem fogo a tudo e que depois os culpados sejamos nós acho simplesmente inadmissível!”

É de prever que este caso tenha um fim semelhante a tantos outros que aconteceram no passado e onde se fecharam os olhos, legalizando aquilo que num país civilizado seria considerado crime.

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