quinta-feira, junho 25, 2009

Sardines on bread

É uma - de entre varias coisas - que não percebo.

Os peixes têm espinhas todo o ano. Ainda não sei o que leva as pessoas a pensar "não, hoje não as vou tirar... vou meter esta sardinha no pão e comê-la, vou simplesmente esquecer que no resto dos dias do ano até perco tempo a separá-las para um canto do prato, que o resto das pessoas também o faz. Não! Hoje não! Hoje hão-de estar maravilhosas!"

"Sardines on baked bread", uma moda das gentes da Lapa

No fundo é destas pequenas coisas que se alimentam as festas populares, coisas que se fazem mas que não temos necessáriamente de perceber.
Mas atenção, por exemplo, mandar marteladas aos outros faz todo o sentido.

sábado, junho 20, 2009

O não-texto

Detesto algumas coisas, aprendi a acha-las ridiculas.
A mais intragável: Não praticar o que se prega.
A segunda mais intragável: Vir escrever merda para a internet.
Isto é um não-texto, por isso vamos lá.

Tenho a minha maneira de ser, tenho as minhas opiniões. Tomo decisões, arco com as consequências. Eu não sou assim, a vida é que é assim. É igual para todos. Não há aqui "coitadinho" nenhum, até porque eu também detesto isso.
A lista é extensa.

Mas confesso que por vezes gostava de não ter opinião, não tecer considerações, desligar o botão e ficar simplesmente a ver. Ser um boneco. Não achar nada e nem ter noção disso, ser ignorante, saber-me ignorante e rir!
Fodasse!
Eu não sei nada! Afirmo aqui, eu não sei nada!
Anos e anos a moldar-me como pessoa, a funcionar como sociedade e zero!

Ah, e também não me apegar a nada. Não ter noções nem afectos, ser um tijolo!
E já agora não saber ler nem escrever.

Mas por que merda hei de eu ter opiniões, pensar nelas, preocupar-me?
Fodasse.
Tá a soar a irado, não está? Fixe!
Hoje há bairro pá! Estou-me a foder para tudo ;)

E um não-texto é assim, é fazer o que detesto e logo duas vezes seguidas!

Gostava mesmo de pensar assim...



Kasabian ; Fire (2009)

terça-feira, junho 09, 2009

Próximo

O "Máscaras de Salazar", do Fernando Dacosta, já foi.


Deixo-vos o brilhante excerto de Eduardo Lourenço, aquando do lançamento da 1ªEdição em 1997, de que gostei bastante:

Aliviados mas vazios

"O imaginário introduzido pelo 25 de Abril não foi suficientemente poderoso para apagar o imaginário do regime anterior.
Enterrámos permaturamente o antigo presidente do Conselho. Houve um processo de escamoteamento, de recalcamento da sua figura, o que nos impediu de fazer o luto por ele. Quando desapareceu ficámos aliviados mas vazios. Salazar cultivou, aliás, a arte do apagamento e da obscuridade, a grande arte do silêncio. Não podemos, porém, viver como se ele não tivesse existido, ou como se fosse um acidente da história. Ele foi a história. Precisamos de ter lucidez para compreender isso, pois o passado condiciona sempre o presente, e este o futuro. É importante conhecermos a alma que o seu regime nos deu, nos tirou. O salazarismo foi uma maneira de ser Portugal. Profunda, penúmbrea, misteriosa. Tinha como que uma certa inocência que nos tocou fundo, e por muito tempo. Os que o criaram não queriam que confundíssemos o seu regime com o fascismo e, muito menos, com o nazismo.
Comparada com as novas ordens então dominantes na Europa, a nossa foi pouco totalitária. Houve um Portugal do Estado Novo, dentro e fora do País, e esse Portugal foi o último que se assumiu e viveu como um destino"
.

O próximo da lista é o "Diários Inéditos da Guerrilha Cubana".

E se for tão bom como anterior durará pouco.

domingo, junho 07, 2009

Europeias 2009

Fui votar.
Não apenas para cumprir um dever civico mas também para poder continuar a dizer mal.
Foi um 2 em 1.
E embora se afirme, com pena, que a Europa não foi debatida o suficiente eu tenho em mente aquilo que realmente é importante:

Que Paulo Rangel é um individuo extremamente irritante.

sábado, junho 06, 2009

Agenda


Mina de São Domingos, Mértola
Fotografia de Noélia Matos

Vou-me abaixo ao ralenti...

O blog anda parado.
Andar parado é uma figura de estilo interessante - é, sim - mas é também um facto. Mas como facto deixem-me acrescentar que é muito fraquinho, há na internet bem melhores e mais interessantes.

E tudo porquê? O tempo não tem sido muito. Diria mais até, o tempo não tem sido muito.
Hilariante, a maneira como pegando numa frase já citada eu não lhe acrescento rigorosamente nada de novo, largando-a de novo tal e qual foi escrita pela primeira vez, como quem insinua que embora o tempo não seja muito existem sempre maneiras de ele ser cada vez menor.
Fascinante.
Aliás, eu sinceramente diria mais: é fascinante, mas isso vocês já o sabiam.

E depois corta-se na horas de sono para se tentar fazer tudo e anda-se a dormir em pé.
Literalmente em pé.
Ora isto - além de uma vergonha - é apenas uma constatação, não tem nada de giro nem de interessante, por isso o post vai ter de terminar aqui.

A todos, obrigado pela atenção.
Saúdinha!
E quando sairem, por favor, fechem a luz.