Vamos falar de Orçamentos de Estado (OE)
O Orçamento de Estado de 2011 é diferente.
Em 2010 Portugal perdeu o estatuto de "país ideal" que durante décadas fez dele a super-potência mais a ocidente da Europa - relembro que "Portugal" passou, durante a década de 80, a ser também significado de "super eficiente" e "porra, que espectáculo!" - e ficou completamente falido, o que foi uma chatice porque, como já falámos, antes disso nadávamos em rios de dinheiro.
Portugal entrou em crise e medidas tiveram de ser tomadas: os impostos aumentaram, a atribuição de subsidios deixou de ser completamente arbitrária e passou a ter regras base, prepararam-se cortes de vencimentos, alterou-se a tabela de produtos abrangidos pelos vários tipos de imposto, etc.
De forma a restaurar a credibilidade de Portugal era urgente aprovar o OE 2011.
Governo e os vários partidos reúniram-se várias vezes - principalmente com o PSD, maior partido da oposição, que mostrou bastantes dúvidas e procurou alterar medidas tornando-as menos implacáveis para o povo - inclusivé num sabado à tarde, algo inteiramente novo para pessoas que apenas trabalham de segunda a sexta e mesmo assim de forma muito duvidosa.
Mesmo antes de aprovado era oficial: o OE 2011 era "especial". E isso trouxe-lhe consequências.
No recreio o OE 2011 não brinca com os outros OE's, porque não gostam dele. Na cantina recusa-se a comer a sopa, mas isso é porque é parvo.
Segundo Carla Rodrigues, directora-chefe do Centro de Dia de OE's, a situação "poderia ter sido completamente evitada se todos os OE's anteriores não tivessem sido elaborados por atrasados mentais e sim por pessoas minimamente competentes que soubessem - nem que por cima - o que se passava no país sobre o qual estavam a falar e a tomar medidas... dessa forma o OE 2011 nem precisava de existir e eu - e o resto dos portugueses - até escusava de pagar mais impostos no final do ano para tantar compensar as sucessivas asneiras. O futuro agora é muito mais complicado".
O Teorias das Trevas tentou também obter a opinião de várias personalidades da classe politica portuguesa mas tal foi impossivel, tendo todos afirmado estar de momento a comer gelados com a testa.