sábado, dezembro 28, 2013

O escalar

- O que vão querer?
- Um café. Cheio, se faz favor.
- E o senhor?
- Ora, eu... a bola de Berlim é com creme?
- É sim.
- E o Croissant é de chocolate?
- Sim sim.
- É um croissant então.
- Quer que aqueça?
- Espere! Está ali um mil folhas!
- Quer antes o mil folhas?
- Espere! Está ali um jesuíta!
- Quer que...
- Espere! Aquilo é um pastel de feijão?
- ...é...
- Ok, eu já vi o que precisava...
- E?
- Esqueça os bolos. Quanto quer pelo Café?






À mão livre

Ao fecho do 10º ano de actividade é tão fácil cair em promessas.
Promessas disto e daquilo, fundamentalmente daquilo, visível apenas ao longe mediante apontamento de dedo, e que nunca se materializará em nada ou coisa nenhuma, fundamentalmente coisa nenhuma, ao alcance do olho humano.
E, ao mesmo tempo, é tão fácil não prometer nada.
Melhor, fechar a porta, por fim a tudo - do que se poderá dizer nunca ter tido um inicio - e fazer algo diferente, exactamente igual. Papel químico.

Do que daqui se poderá concluir, se até aqui tiver tido o leitor paciência de chegar, é que o mais difícil será mesmo não fazer nada, não dizer nada, e continuar.

E é tão difícil não dizer nada, não é?
Uma promessa, só uma, uma volta apenas para mostrar o modelo, um piscar de olho...

Que venha 2014. Que venha.
Temos o escritório aberto. Esteja à vontade.
Quer café?
É que não temos...


terça-feira, dezembro 24, 2013

O Natal

Mais que um Feliz Natal, queria desejar-vos um Feliz Natal.
Parece a mesma coisa e parece bem, porque é a mesma coisa.
Aliás, é a mesma coisa. Daí parecer a mesma coisa.
Se bem que há coisas que não são a mesma coisa e, contudo, parecem a mesmíssima coisa, sem tirar nem por, mas não é o caso deste. Este é a mesma coisa.
E, aproveitando, desejo-vos um Feliz Natal.
Se há hipótese de aproveitar, é o meu melhor conselho, que se aproveite.
Daí desejar-vos também um Feliz Natal.
Parece um 3 em 1 mas não é, porque é tudo a mesma coisa.
Mas lá está, neste caso parece mas não é.

É uma época complicada, eu sei.


Um Feliz Natal!
Quase que me esquecia.

quarta-feira, dezembro 18, 2013

Pronomes demonstrativos

Precisava de lhe dizer, e para isso arrepio caminho, que nos viemos embora. 
Viemos todos embora, saímos, tratámos de bater com a porta e pôr pés a caminho. E com eles, claro, tudo o resto, pelo que não mais voltaremos lá. 
Não sobrou nada, não deixámos nada, porque tudo o que havia há muito que era pouco. E tudo o que era pouco, que agora é nada, ainda servirá por mais uns tempos porquanto, como lhe disse, é tudo o que ainda temos. 

Tratarão de lhe contar mentiras. Que do dia se fazia noite e da noite o dia, que eram vozes, irão dizer que isto e que aquilo e mais não sei o quê, que sim e que não, mas continuaremos sem voltar depois disso, porque "isto" e "aquilo" serão, como o são hoje, apenas pronomes demonstrativos e nós "pés a caminho com tudo o resto", como frisei anteriormente, pelo que o tempo não voltará a trás por palavras, nem nós por seja o que for. 
Do resto nem valerá a pena falar. 

Fomos embora e, por mais não fosse que pela perfeição do pretérito, não voltaremos.
Chame a isto o que quiser. Nós chamamos-lhe Chinchila.


domingo, novembro 17, 2013

Nova Lisboa

Quando voltarmos, voltamos todos!
Eu era o chefe. Não era, mas era o que falava mais alto, e disse-lhes "rapazes: se é para voltar, voltamos e voltamos todos!". Nunca mais parámos. Mato serrado, rios sem travessias... foi de tudo!
Eu era o chefe. Em boa verdade não era, mas quem visse dizia que sim. Mas ninguém nos viu, não!, e a dada altura, era de noite, lembro-me como se fosse hoje, parámos. Era uma estrada, passavam carros e tivemos de esperar que passassem para não nos verem. E depois seguimos, olha, zás! Que nem lebres!
Eu era o chefe. Ia na frente, a abrir caminho. O Zé vinha atrás e o Semedo logo a seguir. Isto a caminho de Nova Lisboa, onde a coisa ainda não estava muito má. Daí seguíamos de avioneta com o Rodrigo, do Lobito, e estávamos safos! Foi pena o Semedo ter vendido o Toyota, mas a pé a coisa também se fez. Teve de ser. Acho que nunca tinha corrido tanto na vida...
A dada altura atravessámos um rio, fundo... aquilo era água que nunca mais acabava. Mas sabíamos nadar. Eu nadava melhor. Parecia o chefe do grupo, era o que nadava melhor. O Zé nadava mal. Apanhámos o comboio em Silva Porto, o resto foi um tiro. De manhã estávamos lá e fomos ter com o Rodrigo ao aeródromo.
Ele já estava lá desde o dia anterior, quando o encontrámos estava bêbado que nem um cacho! O Semedo é que teve de trazer a avioneta! Eu pilotava melhor que o Semedo, mas foi ele que a trouxe.
Esse Rodrigo... o pai dele era piloto da TAP, teve sempre um bocado a mania. Menino rico, já se sabe. Pensava que era o chefe ou sei-lá-o-quê, mas não era! O chefe era eu.
Quer dizer, na verdade não era, mas era mais que o Rodrigo.




José Augusto Moreira, 71 anos
Reformado

quinta-feira, novembro 07, 2013

Último dia


Mais tarde veio a saber-se que o mundo estava no fim.

(@Oeiras, 2013)

domingo, outubro 13, 2013

Coisas certas na vida

Há algumas coisas, fundamentais, para as quais devemos estar preparados na vida:

- Nascemos e iremos morrer, como todos antes de nós, com mais ou menos sorte na hora da partida, mas partiremos.
- Sunquick é bom, mas provavelmente não vai dar para 40 copos. Querias 40 copos tinhas metido mais água. E ficava menos doce.

Ora, entre uma e outra está tudo o resto.
Se era abrangência que procuravam, um espectro suficientemente largo para abarcar todas as vossas dúvidas, todos os receios que pensam encontrar na vida, aqui está ele.


quinta-feira, setembro 26, 2013

Sem efeito

Não que eu queira dizer que uma detenção como a de Oliveira e Costa, excelso ser humano e certamente com poucos contactos de outros seres humanos espectaculares cheios de posses e possibilidades, ficar limitada a termo de identidade e residência seja uma coisa estúpida, mas... bom, por acaso era mesmo isso.

Fica este post sem efeito, então.
Uma boa noite a todos.


Tijolo moído e água da chuva

Há alguns dias encontrei, no Rossio, um rosto preocupado.
No seu ser pareciam fluir muitas dúvidas, de tal ponto graves que a continuidade do ser humano na terra seria certamente assunto para depois. 

Contemplando o sol como se o seu olhar fosse o responsável por ele não se abater sobre a terra, talvez o meu amigo Chico das Canas pensasse no actual panorama social do país, nas reformas, se o ser humano sobrevive apenas se alimentando de tijolo burro moído e água da chuva...

Pensei duas vezes antes de o abordar e pensei bem.
Primeiro, quem tem amigos com nomes estúpidos é o Victor Bandarra. 
Segundo, não só não estava a pensar no que quer que fosse, como logo depois desmaiou inconsciente ao lado de uma garrafa de vinho tinto meio cheia. Ou meio vazia. Tenho ouvido dizer que depende do ponto de vista.

Se não acreditam em mim podem perguntar ao Zé dos Pneus, que ele confirma-vos o primeiro ponto.
O segundo sou só eu a ser estúpido.
Check!

Não, agora a sério Victor, tens de parar com essa merda.

Um abraço. 



sexta-feira, setembro 20, 2013

É mau quando a espectacularidade cai por terra

Alcatroaram um buraco aqui ao pé de casa. Eu explico.

O buraco estava devidamente sinalizado na parte do meu cérebro que identifica todas as irregularidades que as suspensões dos meus carros absorvem em determinados pontos específicos da cidade, ou seja, naquela que percebe que o carro bateu em alguma coisa de uma maneira que não devia e que desata a fazer contas a possíveis danos e custos de reparação.
É inevitável. Não consigo deixar de o fazer.
E, claro, estava colocada uma bandeirinha vermelha num mapa mentalmente criado noutra parte especifica do meu cérebro, por várias outras palavras possivelmente descrita mas aqui iremos ser simples e directos, que muito simplesmente me diz "voltas a passar por ali e és um estúpido do [...], pensa no que isso faz às rótulas e aos casquilhos".

É uma voz específica. Tenho várias.
Às rotulas e aos casquilhos, sim.

Lisboa, foto de Júlio Reis Silva tirada daqui

De maneira que hoje a voz mental entrou em cena, eu desviei a rota e o pneu frontal direito percorreu quase milimetricamente o perímetro do buraco, quem viu certamente pode ter achado aquela manobra espectacular uma óptima maneira de evitar chatices, tudo muito giro e tal mas nada de verdadeiramente relevante porque o buraco já tinha sido tapado, sendo que o alcatrão ainda brilhava de tão novo que era.

É mau quando a espectacularidade cai por terra.
A "bandeirinha vermelha", colocada com tanta pompa no meu mapa mental de buracos, demorou bastante tempo a memorizar. Foram muitas as falhas, os "ai, fod..-se! Esqueci-me!", foi duro... mas desapareceu numa tarde, dois anos depois.

Ora, problemas destes, com anos, só desaparecem numa tarde por uma razão: Autárqui... autár... au-tár-qui-cas. Autárquicas!
É isso, autárquicas. Como são de 4 em 4 anos esqueço-me. São um período muito intenso, muito repleto de tudo, promessas, microondas, alcatrão, etc, mas esqueço-me.
Por acaso é um problema que tenho, esqueço-me muito de muita merda que não me interessa rigorosamente para nada.

Mas eu tenho backups.
A bandeira vermelha da minha rua reaparecerá daqui a meses. E durará anos. Quatro, para ser mais preciso.
E depois eles virão tapá-lo outra vez, com notas de 500 euros, só para ser mais espectacular.
Minhas e vossas. Muitas.

E tudo isto porque alcatroaram mal um buraco aqui ao lado de casa.
Há pessoas que nunca estão contentes com nada, cambada de estúpidos.
Venham daí esses votos.

quinta-feira, setembro 19, 2013

Da falta de paciência

- Isso é como aquele clichê.
- Qual?
- Uma coisa é uma coisa.
- Não conheço. E então?
- Uma coisa é uma coisa, outra coisa...
- Outra coisa? O que é outra coisa?
- Ouve, tu mete-te na tua vida!

quinta-feira, setembro 12, 2013

Chocolate quente

Um estudo recente revelou que beber duas chávenas de chocolate quente por dia pode ser extremamente benéfico para os mais velhos.



No estudo, que contou com cerca de 60 voluntários com média de idades de 73 anos, constataram-se melhorias de circulação nas artérias cerebrais, como no caso de 18 pessoas com aterosclerose que tiverem uma melhoria na circulação de 8,3%.

8,3%.
Oito-virgula-três-por-cento.
Em 18 pessoas, de um grupo de 60.
Eu não sei se vocês conseguem ter a noção da magnificência desta "constatação".
Bendito seja o estudo.

O Teorias tentou entrar em contacto com algumas destas 18 pessoas e descobriu, para grande tristeza de toda a redacção - e somos poucos, por isso dividida por todos acabou por dar mais tristeza por cada um -, que estão todas, sublinho, todas entupidinhas com diabetes.

Uma pena, vos digo.
Entupidinhas, mas com uma circulação cerebral que nem vos conto...

Assim vale a pena. Assim é outra loiça.

segunda-feira, setembro 09, 2013

Pinheiro do Caramulo está deprimido

Quem o diz é o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), que desde a semana passada se encontra no Caramulo a analisar o comportamento da árvore.

O pinheiro, um Pinus Brutia com sensivelmente 42 anos, começou por demonstrar algum nervosismo "tipico de situações stressantes", mas com o passar dos dias terá caído numa enorme depressão e os especialistas mantêm-se reservados acerca da eficácia do tratamento.


"Podemos perder o único pinheiro que sobrou do brutal incêndio, mas a equipa está confiante de que os resultados serão positivos" afirma Joaquim Chaves, Coordenador de Prevenção Estrutural da Serra do Caramulo.

O verde não está na moda

Basta visualizar um catálogo da La Redoute de 2013/14 para se perceber, rapidamente, o cerne do problema com que se depara o ICNF: o verde não está na moda. 
E muito menos na Serra do Caramulo.

"Em anos de pinheiro, 42 anos equivalem aproximadamente a 16 anos humanos, pelo que estamos perante uma árvore muito jovem, em plena adolescência, muito influenciável e muito insegura de si própria. É, neste momento, a única árvore a vestir de verde numa enorme área onde o preto e os cinzas dominam, não é trabalho fácil. Não é fácil explicar que, neste caso, preto é morte e verde é vida... para a árvore o que interessa é que tudo esteja a combinar e isso não tem sido fácil de transmitir", conclui Joaquim Chaves, afirmando que "as próximas 2 semana serão fundamentais".




terça-feira, setembro 03, 2013

Ainda o Caramulo: Não foi por falta de meios

Miguel Macedo, Ministro da Administração Interna, fez saber que não acredita nas noticias que afirmam haver ainda uma árvore não queimada na Serra do Caramulo mas, peremptório, afirmou que "se tal, de facto, aconteceu, não foi por haver falta de meios ou deficiente coordenação".

 "Demos o nosso melhor e se, tal como afirma, sobrou uma, cabe-nos então a nós rectificar a situação o mais depressa possível para que no próximo ano não voltem a acontecer casos destes, em que as árvores supostamente deveriam ter ardido todas e tal não aconteceu. Ninguém o lamenta mais do que eu".

E de facto Raul Miranda, habitante de Celorico da Beira que já por duas ou três vezes afirmou no passado lamentar mais que o Ministro diversas e variadas situações, não emitiu qualquer comunicado, remetendo desta vez todo e qualquer lamento para o Ministério da Administração Interna. 


Encontrado pinheiro por queimar no Caramulo

Uma noticia de ultima hora dá conta de que terá sido encontrada uma árvore ainda verde, na Serra do Caramulo, estando as autoridades a realizar de momento testes para averiguar o ponto de situação.

A árvore, um pinheiro Pinus Brutia, encontra-se perto da aldeia de Braçal e terá resistido aos violentos incêndios deste verão, sendo actualmente a única árvore que não virou cinza no ultimo mês.

O Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) diz ser ainda cedo para divulgar mais dados, mas o Teorias sabe que psicólogos determinaram que árvore revelou comportamentos típicos de "depressão" e encontram-se já em campo para controlar situação.

Foto de Patricia de Melo Moreira/AFP

segunda-feira, setembro 02, 2013

Ao futuro balanço anual

Podia dizer, Chegou o fim de uma era. Podia.
Tente o leitor compreender, juntar as palavras e reflectir, ainda mais agora que foi chamado a essa difícil tarefa que é compreender o que ainda não foi dito como se de algo fácil se tratasse, que o fim de uma era, embora não necessariamente, pode mais não ser que o inicio de outra, possivelmente tão boa ou melhor, ainda não o sabemos.

Podia, portanto, dizer, Chegou o fim de uma era, e o leitor, entretanto chamado à tal tarefa cuja facilidade é duvidosa, afirmar que não acredita, tantas foram as vezes que tal foi invocado no passado e nada mudou, pois então, se o sol nasce e se põe todos os dias e a produção deste blog se mantém pela hora da morte, Nada mais será que um anuncio vão, nada mudará.

Poderá o leitor ter razão.
Aquilo que por agora sei é que se me acabaram as férias. E que isso é uma chatice.

Claramente eu, em férias

sábado, agosto 17, 2013

Sobrou para Paredes de Coura

Depois da notícia que dava conta do desentendimento entre o vocalista dos The Stringlens - Mike Robster - e os Stetchens'Splafans, durante o festival Meo Sudoeste, eis que noticias surgem dando conta de novo desentendimento, desta vez no Festival Paredes de Coura: 
- O britânico Peter Danoian, que trabalhou com Mike Robster entre 2002 e 2005 e com o qual produziu diversos trabalhos, acusou o seu ex-produtor de "desvio de propriedade intelectual camuflado" e promete batalha judicial. 

O artista, que actuou no 2º dia do festival, refere que o problema terá começado desde logo na edição do seu EP "Is This Glass Bulletproof? Just Checking" onde Robter terá excluído metade das musicas originais "por lhe fazerem lembrar algumas musicas já existentes", embora tenha pedido para as incluir mais tarde no seu próprio álbum "Why Don't You Talk Like Other Kids Of Your Age?", lançado um ano depois. 

Na edição do 1º álbum dos Six Wheel Bicycle - onde Danoian foi guitarrista até 2007-, "The World Isn't Always A Safe Place", o mesmo terá acontecido e Tim Launcher, vocalista na altura, terá agredido Mike dando origem a um processo judicial que só terminaria em 2008, um ano depois do fim do grupo.

"Squares Also Have Rounded Corners" de 2005, ultimo trabalho que Danoian produziu com Mike e cujo single de apresentação "Imagine We're Jumbo Jets" foi o 3º video mais visto no YouTube em 2007, marca o inicio de um período de afastamento entre os dois músicos e produtores.

O vocalista dos The Stringlens, criados em 2008 juntamente com elementos dos desaparecidos Young and Lazy e Therapy Squad, terá continuado a usar sons de Danoian "mais ou menos com sua autorização" até ao recente "Roundabout Movement", single do 4º trabalho da banda intitulado "Behind The Void, My Dear" com data de lançamento prevista para 23 de Setembro de 2013 e, segundo o artista britânico, "uma cópia exacta, embora alterada" de "Republican Eyelashes", presente na banda sonora de "My Father Thoughts"*.

Mike Robster, que terá estado presente nos primeiros dias do festival, terá sido aconselhado a abandonar o recinto durante a actuação de Peter Danoian, estando incontactável desde então.


* "O Meu Pai É Que A Sabia", com data de estreia em Portugal de 4 de Setembro de 2012.

sexta-feira, agosto 09, 2013

Alguém me consegue confirmar isto?

Atenção, eu não sei se alguma coisa disto é verdade. Mas ouvi dizer que ontem, no Meo Sudoeste, o vocalista dos The Stringlens, Mike Robter, se chateou à séria com o baterista dos Stetchen'Splafans.

São rumores que correm. Por acaso, é a ver estes rumores a correr que percebemos como se espalham tão depressa, porque a elegância com que correm... Meu Deus... é como ver o pôr do sol numa espreguiçadeira, acompanhado de um Martini com gelo. E uma massagem. Sim! Uma massagem!

Mas continuando, parece que a coisa só não ficou pior porque os Everybody Loves The Coast Guard se meteram e acabaram com as agressões, tendo continuado, porém, com os insultos. Em 2006 também os ELTCG se envolveram à pancada com o Mike Robter, por alturas do Paredes de Coura, porque este lhes tinha roubado os direitos de autor da "Cotans and Jewelry", do EP "Don't Set Fire to Gazoline Cus'It Burns Like Hell, You Moron", lançado em 2005.

Na altura, Mike terá argumentado que "Cotans and Jewelry" era um escandaloso B-side do seu "Monkeys Are Good People", single do "Why Don't You Talk Like Other Kids Of Your Age?" de 2003, e a coisa terá ficado mais ou menos resolvida... até ao desastre da noite de ontem, aparentemente.

Os Stetchen'Splafans - cujo primeiro album "Pay Me In Ham", de 2008, foi considerado "o melhor álbum alguma vez editado com Ham no nome" -, na entrevista que deram à Rolling Stone em Fevereiro, culparam Mike Robter de uma série de coisas entre as quais a elevada taxa de natalidade indiana e acontecimentos meteorológicos possivelmente relacionados com o aquecimento global registados no estado de Massachusetts entre Maio de 2010 e Fevereiro de 2013.

Até agora ninguém sabe a que se deveu o desentendimento de ontem.


quarta-feira, julho 10, 2013

Bacalhau poderá vir a ser grelhado

Depois de a Comissão Europeia ter aprovado recentemente a introdução de fosfatos na cura do bacalhau, alteração que colocará em perigo a industria portuguesa do sector naquilo que foi considerado "um golpe nórdico", novas alterações estão previstas para 2014.

No relatório a que o Teorias das Trevas teve acesso pode ler-se que "já em 2014 passará a ser possível grelhar o bacalhau, de forma a dar uma nova opção a quem não o queira assar embora pretenda ter à mesa exactamente a mesma coisa".

Questionada sobre o assunto, a Comissão Europeia preferiu não emitir nenhuma declaração mas sublinha que o relatório é preliminar e que se encontra ainda longe da sua forma definitiva.


sábado, junho 08, 2013

"Ui... como isto está"

Deixem explicar o titulo: Ui...
Ok, vamos tentar outra abordagem. Vocês conhecem o "aspecto" virtual do Teorias das Trevas, já lá vão uns aninhos... isto é como ele se apresenta fisicamente neste momento:



São ervas daninhas.
Parece complicado? Pois deixem-me que vos diga... que eu não sou homem para desistir! Não sou! 
E mais...
...não, agora a sério, está complicado está.

Mas posso dizer-vos isto: acabou de dar agora entrada no IPAI, Instituto Português de Apoio ao Internauta, um pedido de RCPE, Resgate Com Planeamento e Estrutura, no âmbito do PRBVCC, Plano de Recuperação de Blogues Velhos Como o Caraças, criado pela OEPDSRV, Organização Europeia de Planeamento e Desenvolvimento Sustentado de Redes Virtuais

Isto quando é com siglas só mostra uma coisa: é sério e é eficaz. Parecem duas, mas normalmente só mostra que é um. São duas numa. É uma promoção.
E, claro, vou-me encher dele. Vou ser um José Eduardo dos Santos da era moderna, mas sem a parte de andar a "fdr" o meu povo para o conseguir. São princípios, não me dava mesmo jeito nenhum, nesta altura da vida, tornar-me num "fdp". Exactamente, mais siglas. Sério e eficaz.

Pelo que... parece que... em breve... diria... nos voltamos a... isso.
Força!

segunda-feira, abril 29, 2013

B092969, a tal

A minha busca não terminou. Está, contudo, mais perto do fim.

Iniciei, há uns anos, um hobby novo porque, julgo, de alguma forma não devia estar satisfeito com os restantes 10 ou 15 que tinha em mãos: Fui procurar a Estrada de Sacavém.

A Estrada, outrora a principal ligação Lisboa-Porto, foi perdendo importância ao longo do século XX e acabou completamente engolida pela malha urbana, pelo que é muito complicado definir com exactidão o seu traçado na sua totalidade: dentro da cidade é relativamente fácil, pois muitos troços foram rebaptizados e são hoje ruas, mas à medida que nos afastamos para a periferia a dificuldade aumenta, pois eram à data locais pouco urbanizados que foram praticamente feitos do zero sobre as estruturas antigas.

Assim, e munido de fotografias do Arquivo Fotográfico Municipal, do Atlas da Carta Topográfica de Lisboa (1856-1858, ou "de Filipe Folque" para os amigos), do Levantamento da Planta de Lisboa (1904-1911) e do Google Maps (sim sim, muito útil) fui troço a troço, sem me perder, até chegar ao Aeroporto da Portela.
E depois perdi-me. Basicamente foi isto.

Entre todas as fotos, uma que não percebi:


"Convento da Encarnação, 1938", de Eduardo Portugal, com a referência B092969.

E com a referência seguinte,  B092970, outra de Eduardo Portugal designada "Quartel da Guarda Fiscal na Encarnação"...


...onde é possível verificar que o mesmo ficava em frente ao tal "convento".
Eduardo Portugal andava, portanto, a passear. Fez bem.

Ora se era da Guarda Fiscal isso significa que o mesmo ficava junto à Estrada da Circunvalação, o que reduziu, em muito, a área de busca: a Estrada da Circunvalação ainda existe, é a fronteira Lisboa-Loures e, embora toda a zona se tenha alterado muito nas ultimas 3 décadas, ela mantêm-se praticamente igual, "entre muros", esquecida. O que é bom.

Uma passagem pelo Levantamento da Planta de Lisboa provou que o registo no Arquivo Fotográfico era fidedigno, que a foto tinha sido bem inventariada (o que nem sempre acontece) e que tais edificações pertenciam, de facto, à Estrada de Sacavém. 


A planta "13V" mostra-nos, de facto, uma edificação religiosa junto à fronteira com Loures e posto fiscal, em frente. É, aliás, um mapa perfeito do local onde tudo bate certo: a Estrada de Sacavém, a Estrada da Circunvalação, o cruzamento, etc. É isto.

O problema é encontrar referências, sendo que o Aeroporto - e todos os edifícios que "trouxe" consigo, praticamente todos eles recentes - não entram nestes levantamentos.
Mas felizmente nem tudo ali é novo.

Assim, e por exemplo, o Palácio Benagazil (a vermelho a Estrada de Sacavém)...


 ... ainda lá está, junto ao Terminal das Chegadas, na Portela (a azul).


Passei todos os dias por ele, entre 2008 e 2009. Não fazia ideia do que se tratava.

Ou a Quinta da Vila Formosa (a vermelho a Estrada de Sacavém)...


...é o "Externato Champagnat", junto à 2ª Circular.



Está lá tudo.
Ora, sabendo esta localização e fazendo umas montagens de plantas...


...solucionamos o problema: a B092969, fotografia tirada por Eduardo Portugal e catalogada como "Convento da Encarnação, 1938" foi retirada mais ou menos aqui...


Cruzamento da Avenida Salgueiro Maia com a Estrada da Circunvalação/Avenida Dr. Alfredo Bensaúde, um pouco mais para a frente, um pouco mais para trás, esquerda, direita, etc. Foi aqui.

E eu estou farto de passar por aqui. Eu quase que vivo aqui! Não, agora exagerei...
A casa de um grande amigo meu é por aqui, é aqui que faço a inspecção ao meus carros, foi aqui que tirei um curso... eu passei aqui todos os dias.

Hei de voltar a falar da Estrada de Sacavém, mas por agora ficamos pela B092969. Está feito!
Mas tenho que fazer uma montagem de mapas à escala, aí é que vai ser delicioso.

Obrigado Eduardo Portugal.

segunda-feira, abril 15, 2013

É o que é

Tudo é alguma coisa.
Tudo tem um significado.
Não existe nada que não seja nada. Não existe.

Ano após anos nos últimos milhares de anos temos procurado explicar o que nos rodeia de forma a compreender - a facilitar - a nossa própria existência. Tudo tem um nome, tudo pertence a algo, a uma categoria, a um grupo, para que quando alguém pergunte "o que é?" nós possamos dizer "então, isso é não sei o quê". 
E é. Tem de ser.

Por exemplo, vocês sabem, isto...

...é uma pedra.

Se alguém nos perguntar, isto...

...é um automóvel. Tem rodas, tem a forma básica de um automóvel... é um automóvel.

E isto...

...um comboio. Lá estão os carris e tal, é um comboio.

Nós nem nos cruzámos com eles, porém isto...

...é um dinossauro!


...um par de seios...


...um conjunto de vigas em I...


...uma carcaça...


...um bisonte. E sim, é o Raúl. Depois de a vida lhe ter pregado uma resteira, o Raúl viu-se forçado a mudar para outras paragens mais prósperas. Vendeu praticamente tudo, tendo ficado apenas com o Ford Escort azul que era do seu pai e 3 pares de meias, e voltou para o interior do país - mais calmo mas também mais distante. Força Raúl.    

Tudo é, portanto, alguma coisa.
Tivemos esse cuidado, tudo é algo.

Pois seguindo esse raciocínio, isto...


...é o quê, musica? Say whaaat?!
Não, lamento, este item não se enquadra nessa categoria.
Não pode. Por uma questão de bom senso. 
Não é.
Não.

Anda demasiada gente enganada.
Alguém que resolva isto que... não.

"Musica", AH!
Conta-me histórias...



quinta-feira, março 28, 2013

Esses, diria, morreram todos

Faz-se saber que a nova Ribeira das Naus, inaugurada no passado sábado, está a precisar de obras.
É assim... e sim, leram bem, foi inaugurada no sábado. Parece que no domingo já havia problemas.

Como se pode ler no Publico, "três dias depois da inauguração e abertura ao trânsito automóvel, são já dezenas as irregularidades – que começaram a aparecer logo no domingo – no pavimento da nova Avenida da Ribeira das Naus, em Lisboa. Além de buracos e rebaixamentos causados pela passagem de automóveis, há ainda pedras soltas e passadeiras com a tinta quase apagada".


"Nova" Ribeira das Naus  (foto de Rui Gaudêncio)


Ou seja, a "nova" artéria durou 1 dia.
Um dia.
Mas um dia são 24 horas, 1440 minutos, algo como 86400 segundos (sei fazer contas, hein?...).
A "nova" artéria durou, portanto, 86400 segundos.

Já parece melhor, não já?
Não, realmente não parece.

Eu francamente não percebo. Calcetar uma rua é muito mais que colocar uma pedra ao lado da outra e outra ao lado da uma, eu sei... mais, muito mais que isso. 
Mas 1 dia?

Conheço ruas com muito mais que a minha idade, calcetadas por quem não brincava em serviço, que dão lições de saber a muitas - praticamente todas! - as que vi serem feitas.

Rossio, há muito muito tempo...

Mas falamos de homens de outros tempos, nessa altura havia uma coisa muito bonita que se chamava brio.
Esses, diria, morreram todos. Para nós, hoje, é normal não sabermos calcetar o que quer que seja.

E assim vamos.
Nisso como em tudo o resto. 

sábado, março 23, 2013

"Bairro", da 6ª à 8ª parte

Parece impossível. A rubrica "Bairro" continua a sua caminhada em direcção ao... não sei, não sei para onde caminha a rubrica, é para algum lado mas não sei onde.

Mas continua. Acho que é o importante a reter aqui. Quando nos propomos a fazer alguma coisa, é importante que... não sei, é importante fazer qualquer coisa no sentido de, de facto, a fazermos, mais não seja porque... não sei, mais não seja devido a alguma coisa.

E é essa coisa.
É essa coisa... (em fading, para dar a sensação de grandioso e, ao mesmo tempo, de eterno. Acreditem em mim, que eu sou 'muita bom' neste tipo de... não sei, sou muita bom, pronto).


Rubrica "Bairro", VI - Branca
Fevereiro 2013


Rubrica "Bairro", VII - A luta
Fevereiro 2013


Rubrica "Bairro", VIII - Terracota
Março 2013

Ainda havemos de chegar às 10...

segunda-feira, março 18, 2013

Estetoscópio

- Bom dia!
- Bom dia senhor doutor...
- Então sr... José, que se passa?
- Olhe, estou muito mal. Dormi mal, vomitei, tive tonturas, eu sei lá! Estou mal!
- Humm... diz-me que é do lado direito?
- Sim, do lado direito.
- Aqui? Estou a ver... 
- O que acha?
- Pode ser muita coisa, mais vale começar por um raio X.
- Acha mesmo? Não será fígado?
- Se "acho"? Mas que raio, quem é que aqui tem o estetoscópio!?
- Tenho eu, senhor doutor. Estava ali no chão do corredor e trouxe-o...
- Ó diabo, então sente-se aqui.
- Na sua cadeira?
- Sim sim. E olhe que isso deve ser fígado...

domingo, fevereiro 10, 2013

Transportes em competição no FTF

Depois do sucesso da 1ª edição de 1985, que teve em Alcafache o seu ponto mais alto, eis que 2013 foi o ano escolhido para o regresso do "Festival Transporte Fatal", o festival nacional dedicado aos acidentes envolvendo transportes colectivos de passageiros, onde os vários participantes competem entre si para criar a situação mais caótica, ao mesmo tempo que apresentam verdadeiros cenários de morte e destruição.




"Ainda o mês vai a meio..."

Para Ricardo Santos, organizador do evento, "tem tudo para ser um sucesso". Nunca, num tão curto espaço de tempo, o país assistiu a tantas falhas sucessivas e isso tem uma explicação que passa longe dos relatórios oficiais. "A competição está forte, é a vontade de querer vencer" que impulsiona os concorrentes a superarem-se diariamente e a ir mais longe, "mesmo que isso implique esquecer ética e valor humano. Ainda o mês vai a meio e já tive oportunidade de constatar, se esta não for a melhor edição de sempre andará lá perto". 




"Fechar os olhos"

"Ao contrário de outras competições e desportos, em que o rigor e competência são armas de precisão, aqui o importante é não olhar". Para Duarte Sampaio, motorista da Carris há mais de 10 anos, a estratégia é simples: fechar os olhos e não ver. "Não ver sinais vermelhos, não ver sinais passadeiras, não ver cruzamentos... mesmo você está aqui a falar comigo porque veio num Opel Astra igual ao do meu pai e pensei que fosse ele, se não tinha-lhe mostrado como funcionam os air-bags ali Rua da Misericórdia, antes de me mandar parar".




"O publico é exigente"

Rogério Matias não é ninguém importante, já António Cunho estava no Regional abalroado em Alfarelos a  21 de Janeiro. "Não é nem será fácil vencer, mas acredito que o maquinista do Intercidades que quase me matou está bem lançado" afirma emocionado, enquanto ainda tentamos perceber quem é Rogério Matias e porque raios insiste em entrar num bloco de texto dedicado ao acidente de Alfarelos, já que o próprio diz nunca ter andado de comboio. "O publico é cada vez mais exigente, se dantes se riam porque viam no "Isto só Video" uns miúdos a cair naquelas pranchas com rodinha agora a parada aumentou e muito... eu próprio só não fiquei pior que estragado por ter sobrevivido porque ainda levei 4 pontos no braço, mas vi muitos a rir quando tropecei para apanhar os óculos que me tinham caído com o impacto da colisão". 
Em boa verdade, o acidente de Alfarelos - que Rogério Matias afirma ser "o da Granja do Ulmeiro", enquanto os nosso seguranças o escoltam para fora da sala - é o primeiro do Top da Destruição, mas a falta de vitimas mortais pesará muito no momento em que o juri escolher o vencedor.
E Alfarelos e Granja do Ulmeiro são, de facto, a mesma coisa.



"Eu, por exemplo, sou cego"

Confiante mas longe de estratégias está "Pedro", cego de nascença e camionista há mais de 30 anos. Para "Pedro", nome fictício que lhe demos para o proteger porque na verdade se chama Júlio Dias, "se há quem não queira ver, a mim basta-me não fazer nada". Depois de 25 anos na camionagem de mercadorias, da qual guardou muitas histórias para contar, "Pedro" é hoje chauffeur de uma prestigiada empresa de transporte de passageiros a operar de norte a sul do país. "Pé pesado, guinar à bruta, travar em cima dos outros, acelerar nas curvas, quer que continue? É fácil e este é o meu ano!"


"Isso sabe-se e nós até gostamos"

José Silva, gerente da Auto Mecânica de Loulé, sabe de tudo. "Todos sabemos e todos gostamos de ter nos quadros funcionários que se querem superar diariamente, constantemente e ininterruptamente", incluindo mais 2 ou 3 advérbios de modo que de momento não nos recordamos mas que eram muito giros. "As empresas têm conhecimento destas competições e claro que seria uma honra ser um dos nossos a ganhar, vamos ver!"

O festival terminará em Dezembro com a apresentação dos 3 vencedores nacionais e resta saber se você será um dos participantes ou um dos que ficou pelo caminho.