terça-feira, maio 29, 2012

Anticongelante

Dirijo-me ao teclado com determinação mas, no momento de escrever, toda a determinação se desvanece e se transforma nem sei bem no quê, em qualquer coisa, mas que muito provavelmente estará - de alguma forma - relacionada com o Silva Carvalho, porque hoje em dia tudo está.

Regozijo-me, escrevi uma piada. Mas no momento em que me regozijo todo o regozijo em si se desvanece e se transforma em qualquer coisa, continuo sem perceber no quê, mas desta feita terá de ser algo que não envolva o Silva Carvalho, porque isso da ultima vez - ainda agora - resultou no desvanecimento do meu regozijo, sendo portanto seguro afirmar que, desta vez, o super-espião não é para aqui chamado. 
Troço... um super-espião? Pergunto-me, haverá um mega-espião? Ou um hiper-espião? Toda uma hierarquia de espiões, onde os espiões superiores ignoram os mais pequenos espiões e estes, ignorados, correm a ignorar os espiões das Novas Oportunidades?

Regozijo-me outra vez. A noite hoje parece estar mais para isso do que qualquer coisa. E verdade seja dita, para além de não estar a fazer nada de jeito, não usava o verbo "regozijar" há uma catrefada de tempo. E enquanto visiono em 3 dimensões a catrefada de tempo durante a qual não usei o verbo "regozijar", a catrefada desvanece-se e transforma-se em qualquer coisa, muito parecida com a primeira que não soube identificar, mas agora com um suave aroma a morango. 

Estive para me regozijar outra vez, mas pareceu-me exagero. Não há motivo para regozijo. Não há. Há decerto quem ache que, numa noite dada ao regozijo, regozijar nunca pode ser considerado algo exagerado, mesmo que sem motivo. Eu, porém, achei estranha a falta de motivo e enquanto analisava a falta de motivo, eis que a falta - a própria falta! - se desvaneceu e pimba, fez-se em Chocapic.

Estranho a falta de coerência, decido abandonar a escrita. 
Pondero a minha decisão. Questiono a minha ponderação. Não compreendo a minha questão. Strefans.

Já perceberam que beber anticongelante é perigoso, não já?


domingo, maio 20, 2012

O Poder

- Deus, a sério?
- Acredita... também fiquei parvo...
- Não pode.
- Estou a dizer-te.
- Parem tudo...
...
...
...
...
- ...que estão eles a fazer?
- A desligar isto tudo. Tu disseste-lhes.
- Eu?
- "Parem tudo".
- Sim, mas...
- "Parem tudo".
- Sim, já percebi, mas estava a... não era para pararem tudo, era só para...
- Espera só um bocadinho... estou, mãe? Desculpa estar a ligar a esta hora, se te dissessem para parares tudo, o que fazias?
- Rui, eu já percebi Rui...
- Ah sim? Está bom mãe. E o pai? O pai está aí? O que é que ele fazia?
- Rui...
- Também? Obrigado mãe, falamos mais logo então, beijo.
...
- Não era preciso isso Rui, eu estava a brincar...
- Cuidado com o que pedes!!


quinta-feira, maio 03, 2012

Utentes reclamam falta de emoção

A ideia era superar a emoção criada pelo grupo Jerónimo Martins no 1º dia de Maio, mas tal não terá acontecido.

Pelo menos foi essa a opinião de quem se encontrava na Estação de Caxias hoje, pelas 14H, e teve oportunidade de ver e participar naquela que foi a primeira Flash Mob organizada pela CP - Comboios de Portugal, com vista a divulgar e incentivar o uso dos transportes públicos.

A iniciativa, que pretendia ser um evento verdadeiramente espectacular - como na verdade o são, todas as grandes colisões entre material ferroviário, com origem em falha humana ou técnica - durou pouco mais de 3 horas e provocou apenas 33 feridos ligeiros.


"Nem os prejuízos materiais foram elevados", desabafou Alímpio Silva, director da operação, que esperava francamente mais chapa retorcida. "Estavam 8 viaturas de desencarceramento na Gibalta prontas para entrar em acção, com os macacos pneumáticos e as tesouras, e afinal os comboios conseguiram sair daqui pelos próprios meios, eu não percebo". 

Indignados estavam também alguns dos utentes que viajavam na composição que se encontrava parada na estação e que foi abalroada. Para Carlos Matoso, residente em Ourém mas amante de uma senhora casada a viver actualmente em Carcavelos com dois dos seus quatro filhos e três caniches, a situação é insustentável. "Anda o Estado a desinvestir nisto tudo, anda o material todo preso por arames, para me chegar aqui este maricas e nem conseguir bater nisto como deve ser. Mais valia estarem quietos!".

"É gritante a falta de vontade em fazer melhor. Como vê, ainda tenho as duas pernas, ou dois braços. Se contar, ainda tenho 20 dedos. Não estou queimada, não estou desfigurada, não fiquei desmembrada nem tão pouco arrasada psicologicamente. Podia ter sido mais emocionante, estavam reunidas todas as condições para o ser, mas falharam. Podiam ter feito muito melhor", rematou Joana Silva, revoltada com a baixa velocidade a que ocorreu a colisão.

A CP informou estar já a tratar do assunto, com vista a melhorar futuras iniciativas.